Na semana passada (26° Domingo do Tempo Comum), vimos dois filhos: um diz não, mas faz; o outro diz sim, mas não faz.
No 27° Domingo do Tempo Comum Jesus conta uma parábola onde os arrendatários da vinha não cumprem o combinado.
O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus pergunta: o que fará o dono da vinha com os arrendatários que mataram o seu filho? Na primeira leitura, uma vinha fértil e bem cuidada produziu frutos de má qualidade.
Na segunda leitura, Paulo diz para nos ocuparmos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo.
Neste domingo, refletimos que de uma plantação (ou um povo) bem cuidada são esperados frutos de amor.
Leituras
Primeira Leitura (Is 5,1-7)
Leitura do Livro do profeta Isaías
Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: Um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens. Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas por que produziu ela uvas selvagens? Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha: vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não terá poda nem lavra, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela. Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça - e eis injustiça; esperava obras de bondade - e eis iniquidade.
Segunda Leitura (Fl 4,6-9)
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim o Deus da paz estará convosco.
Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram. O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho, pensando: 'Ao meu filho eles vão respeitar'. Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!' Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?' Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: 'Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo.' Então Jesus lhes disse: 'Vós nunca lestes nas Escrituras: 'a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos'? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos.
Palavras do Papa
Para fazer compreender como Deus Pai responde às rejeições que se opõem ao seu amor e à sua proposta de aliança, o trecho evangélico põe nos lábios do dono da vinha uma pergunta: “Pois bem, quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?” (v. 40). Esta interrogação sublinha que a desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos homens não é a última palavra! Nisso consiste a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido pelos nossos erros e pelos nossos pecados, não falta à sua palavra, não para e sobretudo não se vinga! Irmãos e irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, espera para nos perdoar, para nos abraçar. (Angelus, 8 de outubro de 2017)