Corpus Christi - 19 de Junho de 2025 - Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - Quinta-feira - Liturgia Diária
- missariobrasil
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No último domingo (Santíssima Trindade), “Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
Em Corpus Christi, Jesus diz “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim”.

O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, a multiplicação dos pães e peixes prefigura a Eucaristia, mostrando o cuidado de Jesus por nós. Na Primeira Leitura, Melquisedec abençoa Abrão com pão e vinho, prefigurando o sacerdócio de Cristo.
Na Segunda Leitura, Paulo relembra a instituição da Eucaristia, enfatizando a memória da entrega de Jesus.
Neste dia, somos convidados a contemplar o dom da Eucaristia, onde Jesus não só alimenta, mas sacia plenamente nossa fome espiritual. Como essa graça se reflete em nossas vidas?
Leituras
Primeira Leitura (Gn 14,18-20) - Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias, Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e como sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, criador do céu e da terra! Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo.
Salmo Responsorial - Sl 109(110), 1.2.3.4 (R. 4bc) - Rei e Sacerdote para Sempre
O Salmo 109(110) profetiza o sacerdócio eterno de Cristo, segundo a ordem de Melquisedec, destacando a eternidade e a santidade desse ministério.
Refrão (4bc): Tu és sacerdote eternamente * segundo a ordem do rei Melquisedec!
Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!” R.
O Senhor estenderá desde Sião † vosso cetro de poder, pois Ele diz: * “Domina com vigor teus inimigos; R.
Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; † na glória e esplendor da santidade, * como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!” R.
Jurou o Senhor e manterá sua palavra: † “Tu és sacerdote eternamente, * segundo a ordem do rei Melquisedec!” R.
Segunda Leitura (1Cor 11,23-26) - Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos: O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em minha memória”. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
Sequência
(ou abreviada, a partir de: ** Eis o pão...)
A Sequência de Corpus Christi, “Lauda Sion Salvatorem” foi composta por São Tomás de Aquino no século XIII, quando a festa de Corpus Christi foi estabelecida para toda a Igreja Católica. É um hino litúrgico que celebra o mistério da Eucaristia, louvando o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo como fonte de vida e salvação.
Terra, exulta de alegria, louva teu pastor e guia com teus hinos, tua voz!
Tanto possas, tanto ouses, em louvá-lo não repouses: sempre excede o teu louvor!
Hoje a Igreja te convida: ao pão vivo que dá vida vem com ela celebrar!
Este pão, que o mundo o creia! por Jesus, na santa ceia, foi entregue aos que escolheu.
Nosso júbilo cantemos, nosso amor manifestemos, pois transborda o coração!
Quão solene a festa, o dia, que da santa Eucaristia nos recorda a instituição!
Novo Rei e nova mesa, nova Páscoa e realeza, foi-se a Páscoa dos judeus.
Era sombra o antigo povo, o que é velho cede ao novo: foge a noite, chega a luz.
O que o Cristo fez na ceia, manda à Igreja que o rodeia repeti-lo até voltar.
Seu preceito conhecemos: pão e vinho consagremos para nossa salvação.
Faz-se carne o pão de trigo, faz-se sangue o vinho amigo: deve-o crer todo cristão.
Se não vês nem compreendes, gosto e vista tu transcendes, elevado pela fé.
Pão e vinho, eis o que vemos; mas ao Cristo é que nós temos em tão ínfimos sinais...
Alimento verdadeiro, permanece o Cristo inteiro quer no vinho, quer no pão.
É por todos recebido, não em parte ou dividido, pois inteiro é que se dá!
Um ou mil comungam dele, tanto este quanto aquele: multiplica-se o Senhor.
Dá-se ao bom como ao perverso, mas o efeito é bem diverso: vida e morte traz em si...
Pensa bem: igual comida, se ao que é bom enche de vida, traz a morte para o mau.
Eis a hóstia dividida... Quem hesita, quem duvida? Como é toda o autor da vida, a partícula também.
Jesus não é atingido: o sinal é que é partido; mas não é diminuído, nem se muda o que contém.
** Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem; só os filhos o consomem: não será lançado aos cães!
Em sinais prefigurado, por Abraão foi imolado, no cordeiro aos pais foi dado, no deserto foi maná...
Bom pastor, pão de verdade, piedade, ó Jesus, piedade, conservai-nos na unidade, extingui nossa orfandade, transportai-nos para o Pai!
Aos mortais dando comida, dais também o pão da vida; que a família assim nutrida seja um dia reunida aos convivas lá do céu!
Evangelho (Lc 9,11b-17)
Naquele tempo, Jesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam. A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. Mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”. Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.
Palavras do Papa
A Eucaristia, instituída na Última Ceia, foi como o ponto de chegada de um percurso, ao longo do qual Jesus o tinha prefigurado através de certos sinais, especialmente a multiplicação dos pães, narrada no Evangelho da Liturgia de hoje (cf. Lc 9, 11b-17). (...) Na Eucaristia, todos podem experimentar este cuidado amoroso e concreto do Senhor. Quem recebe o Corpo e Sangue de Cristo na fé não só come, mas fica saciado. (...)
Comer. «Todos comeram», escreve São Lucas. (...) O milagre dos pães e dos peixes não se realiza de forma espetacular, mas quase reservado, como nas bodas de Caná: o pão aumenta à medida que passa de mão em mão. E enquanto come, a multidão apercebe-se de que Jesus cuida de tudo. Este é o Senhor presente na Eucaristia. (...)
Na realidade, o Senhor preocupa-se com todas as nossas necessidades. (...). E quer dar o exemplo aos discípulos, dizendo: «Dai-lhes vós mesmos de comer» (v. 13). (...) A nossa adoração eucarística encontra a sua verificação quando cuidamos do próximo, como faz Jesus: à nossa volta há fome de comida, mas também de companhia, há fome de consolação. (...) Encontramos isto no Pão eucarístico: a atenção de Cristo às nossas necessidades, e o convite a fazer o mesmo àqueles que nos rodeiam. É preciso comer e dar de comer.
Contudo, além de comer, não deve faltar o ficar saciado. A multidão saciou-se com a abundância de comida, e também com a alegria e a admiração de a receber de Jesus! (...) No Corpo e Sangue de Cristo encontramos a sua presença, a sua vida doada por cada um de nós. Ele não nos dá apenas a ajuda para continuar, mas dá-se a si mesmo: faz-se nosso companheiro de viagem. (...) Isto sacia-nos, quando o Senhor dá sentido à nossa vida, à nossa obscuridade, às nossas dúvidas, mas Ele vê o sentido e este sentido que o Senhor nos dá sacia-nos, dá-nos aquele “mais” que todos procuramos: isto é, a presença do Senhor! Porque no calor da Sua presença a nossa vida muda: sem Ele seria verdadeiramente cinzenta. Enquanto adoramos o Corpo e Sangue de Cristo, peçamos-Lhe de coração: “Senhor, dai-me o pão de cada dia para ir em frente, Senhor, saciai-me com a vossa presença!”. (Angelus, 19 de junho de 2022)