Na semana passada (14° Dom. Com.), Jesus disse: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”.
No 15° Domingo do Tempo Comum, Jesus envia os doze discípulos dois a dois para pregar a conversão em uma viagem.

O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus envia os doze discípulos, com poder sobre espíritos impuros. Na primeira leitura, o Senhor envia um pastor para profetizar para Israel.
Na segunda leitura, Paulo louva a Deus por todas as bênçãos espirituais em Cristo.
Neste domingo, refletimos o chamado para servir e pregar que vem de Deus, e é fortalecido pelo poder e orientação divinos.
Leituras
Primeira Leitura (Am 7,12-15)
Leitura da Profecia de Amós
Naqueles dias: Disse Amasias, sacerdote de Betel, a Amós: 'Vidente, sai e procura refúgio em Judá, onde possas ganhar teu pão e exercer a profecia; mas em Betel não deverás insistir em profetizar, porque aí fica o santuário do rei e a corte do reino'. Respondeu Amós a Amasias, dizendo: 'Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: 'Vai profetizar para Israel, meu povo'.
Salmo Responsorial – 84(85),9ab-14 (R. 8) – Restaura-nos, ó Deus!
O Salmo 84(85) é uma oração pela restauração e renovação da terra e do povo de Deus, expressando esperança na misericórdia e na salvação divinas.
Refrão (8): Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
Quero ouvir o que o Senhor irá falar:* é a paz que ele vai anunciar. Está perto a salvação dos que o temem, * e a glória habitará em nossa terra. R.
A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus. R.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus. R.
Segunda Leitura (Ef 1,3-14)
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado. Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele, as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a toda a sabedoria e prudência. Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio benevolente que de antemão determinou em si mesmo, para levar à plenitude o tempo estabelecido e recapitular em Cristo, o universo inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra. Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados a sermos, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo. Nele também vós ouvistes a palavra da verdade, o evangelho que vos salva. Nele, ainda, acreditastes e fostes marcados com o selo do Espírito prometido, o Espírito Santo, que é o penhor da nossa herança para a redenção do povo que ele adquiriu, para o louvor da sua glória.
Evangelho (Mc 6,7-13)
Naquele tempo: Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: 'Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!' Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
Palavras do Papa
O Evangelho de hoje narra o momento no qual Jesus envia os Doze em missão. Depois de os ter chamado pelo nome um por um, «para andarem com Ele» (Mc 3, 14) ouvindo as suas palavras e observando os seus gestos de cura, convocava-os agora para os (...) às aldeias que Ele se preparava para visitar. É uma espécie de “aprendizagem” daquilo que serão chamados a fazer depois da Ressurreição do Senhor com o poder do Espírito Santo. O trecho evangélico analisa o estilo do missionário, que podemos resumir em dois pontos: a missão tem um centro e um rosto.
O discípulo missionário tem seu centro de referência, que é a pessoa de Jesus. (...) Este episódio evangélico refere-se também a nós, e não só aos sacerdotes, mas a todos os batizados. (...) É precisamente o Batismo que nos torna missionários. (...)
A segunda característica do estilo do missionário é, por assim dizer, um rosto, que consiste na pobreza dos meios. (...) E a este “rosto” pertence também a maneira como a mensagem é acolhida: com efeito, pode acontecer que não sejamos acolhidos nem ouvidos (cf. v. 11). Também isto é pobreza: a experiência da falência. A vicissitude de Jesus, que foi rejeitado e crucificado, antecipa o destino do seu mensageiro. E só se estivermos unidos a Ele, morto e ressuscitado, conseguiremos encontrar a coragem da evangelização. (Angelus, 15 de julho de 2018)