Na semana passada (Santos Pedro e Paulo Apóstolos), Jesus disse “tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja”.
No 14° Domingo do Tempo Comum, Jesus diz: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”.

O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus é rejeitado em sua terra natal, Nazaré, e se admira com a falta de fé do povo. Na primeira leitura, Deus envia Ezequiel para que os rebeldes soubessem que houve um profeta entre eles.
Na segunda leitura, Paulo fala sobre o "espinho na carne" que o mantém humilde, e o Senhor lhe diz: “é na fraqueza que a força se manifesta”.
Neste domingo, conseguimos enxergar que a verdadeira força vem de Deus? Mesmo diante das nossas fraquezas?
Leituras
Primeira Leitura (Ez 2,2-5)
Leitura da Profecia de Ezequiel
Naqueles dias, depois de me ter falado, entrou em mim um espírito que me pôs de pé. Então, eu ouvi aquele que me falava, o qual me disse: 'Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim. Eles e seus pais se revoltaram contra mim até ao dia de hoje. A estes filhos de cabeça dura e coração de pedra, vou-te enviar, e tu lhes dirás: 'Assim diz o Senhor Deus.’ Quer te escutem, quer não - pois são um bando de rebeldes - ficarão sabendo que houve entre eles um profeta'.
Salmo Responsorial – Sl 122(123),1-4 (R. 2cd) – Tem compaixão de nós!
O Salmo 122(123) é uma súplica por misericórdia e ajuda de Deus, expressando confiança e dependência total do Senhor, assim como um servo depende de seu mestre.
Refrão (2cd): Os nossos olhos, estão fitos no Senhor: Tende piedade, ó Senhor tende piedade!
Eu levanto os meus olhos para vós, que habitais nos altos céus. Como os olhos dos escravos estão fitos nas mãos do seu senhor. R.
Como os olhos das escravas estão fitos* nas mãos de sua senhora, assim os nossos olhos, no Senhor, * até de nós ter piedade. R.
Tende piedade, ó Senhor, tende piedade; já é demais esse desprezo! Estamos fartos do escárnio dos ricaços e do desprezo dos soberbos! R.
Segunda Leitura (2Cor 12,7-10)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos: Para que a extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho, que é como um anjo de Satanás a esbofetear-me, a fim de que eu não me exalte demais. A esse propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele disse-me: 'Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta'. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. Eis porque eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte.
Evangelho (Mc 6,1-6)
Naquele tempo: Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: 'De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?' E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus lhes dizia: 'Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares'. E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.
Palavras do Papa
Desde que se tinha ido embora para começar a pregar nos povoados e aldeias circunvizinhas, nunca voltara à sua pátria. Voltou. (...), mas aquilo que se poderia apresentar como um sucesso, transformou-se numa clamorosa recusa (...).
Perguntemo-nos: porque passam os concidadãos de Jesus da admiração à incredulidade? Eles fazem um confronto entre a origem humilde de Jesus e as suas capacidades atuais: é um carpinteiro, não estudou, contudo prega melhor que os escribas e faz milagres (...). Segundo os habitantes de Nazaré, Deus é demasiado grande para se abaixar e falar através de um homem tão simples! (...) um Deus que se fez carne, que pensa com mente de homem, trabalha e age com mãos de homem (...). Não foram os discípulos que lavaram os pés ao Senhor, mas foi o Senhor que lavou os pés aos discípulos (cf. Jo 13, 1-20). É este o motivo de escândalo e de incredulidade não só naquela época, em todas as épocas, mas também hoje (...).
Com efeito, também nos nossos dias pode acontecer que se alimentem preconceitos que impedem que se compreenda a realidade. Mas o Senhor convida-nos a assumir uma atitude de escuta humilde e de expectativa dócil, porque a graça de Deus se apresenta, com frequência, de maneiras surpreendentes, que não correspondem às nossas expectativas (...). Devemos esforçar-nos por abrir o coração e a mente, para acolher a realidade divina que vem ao nosso encontro. Trata-se de ter fé: a falta de fé é um obstáculo à graça de Deus. (Angelus, 8 de julho de 2018)