Na quarta-feira de cinzas, Jesus disse: “quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita”.
No 1° Domingo da Quaresma, por 40 dias, Jesus resiste à tentação do diabo: “Não só de pão vive o homem”.

O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus, por 40 dias, enfrenta e vence as tentações, demonstrando fidelidade à sua missão divina. Na Primeira Leitura, a oferta dos primeiros frutos é um símbolo de gratidão pela salvação divina no Egito, que os guiou pela jornada de 40 anos pelo deserto até a terra prometida.
Na Segunda Leitura, Paulo reforça que a salvação é acessível a todos que invocam o nome do Senhor, professando sua fé com a boca e crendo sinceramente no coração.
Neste domingo da Quaresma, refletimos sobre a resistência às tentações, e a confiança na salvação divina. Quais tentações você enfrenta no seu dia a dia? Como você busca forças para superar esses momentos?
Leituras
Primeira Leitura (Dt 26,4-10) - Leitura do Livro do Deuteronômio
Assim Moisés falou ao povo: “O sacerdote receberá de tuas mãos a cesta e a colocará diante do altar do Senhor teu Deus. Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso. Os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão. Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angústia. E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios. conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde corre leite e mel. Por isso, agora trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor’. Depois de colocados os frutos diante do Senhor teu Deus, tu te inclinarás em adoração diante dele”.
Salmo Responsorial - Sl 90(91), 1-2.10-11.12-13.14-15 (R. cf. 15b) - Segurança sob a Proteção de Deus
O Salmo 90(91) expressa a confiança na proteção de Deus, prometendo segurança aos que nele confiam. O 2º e 3º parágrafos são citados pelo diabo na tentação a Jesus no Evangelho.
Refrão (R. cf. 15b): Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”. R.
Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos para em todos os caminhos te guardarem. R.
Haverão de te levar em suas mãos, para o teu pé não se ferir nalguma pedra. Passarás por sobre cobras e serpentes, pisarás sobre leões e outras feras. R.
“Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, e a seu lado eu estarei em suas dores”. R.
Segunda Leitura (Rm 10,8-13) - Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos: O que diz a Escritura? “A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração”. Essa palavra é a palavra da fé, que nós pregamos. Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação. Pois a Escritura diz: “Todo aquele que nele crer não ficará confundido”. Portanto, não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam. De fato, todo aquele que invocar o Nome do Senhor será salvo.
Evangelho (Lc 4,1-13)
Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”. O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”. Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”. Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.
Palavras do Papa
No Evangelho da Liturgia de hoje, primeiro domingo de Quaresma, Jesus é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. (...) O deserto simboliza a luta contra as seduções do mal, a fim de aprender a escolher a verdadeira liberdade. (...) O diabo dirige-se duas vezes a ele dizendo: «Se és o Filho de Deus...». (...) Propõe-lhe que explore a sua posição: primeiro para satisfazer as necessidades materiais, (...) depois para aumentar o seu poder, (...) por fim para obter um sinal prodigioso de Deus. (...) É como se dissesse: “Se és o Filho de Deus, aproveita da situação”. (...) Olhemos para dentro de nós e descobriremos que as nossas tentações têm sempre este padrão.
Mas Jesus opõe-se às atrações do mal de modo vencedor. Como faz? Respondendo às tentações com a Palavra de Deus, que diz para não se aproveitar, para não usar Deus, nem os outros nem as coisas para si mesmo. (...) Irmãos e irmãs, estas tentações também nos acompanham no caminho da vida. (...) E eu gostaria de salientar um aspecto. Jesus não dialoga com o diabo: (...) ou o expulsava, (...) ou neste caso, tendo de responder, fá-lo com a Palavra de Deus, nunca com a sua palavra. (...) Isto é o que o diabo faz conosco: ele chega frequentemente “com olhos doces”, “com um rosto angélico”; sabe até disfarçar-se com motivações sagradas, aparentemente religiosas! (...) Por favor: com o mal, nenhum compromisso! Com o diabo, não há diálogo!
Que este tempo de Quaresma seja também para nós tempo de deserto. (...) durante o qual paremos e olhemos para o que nos agita o coração, para a nossa verdade interior. (...) Façamos clareza interior, colocando-nos perante a Palavra de Deus em oração. (Angelus, 06 de março de 2022)